A Confraria da Rainha Santa Isabel tem a seu cargo a Igreja da Rainha Santa Isabel do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova. Uma das suas principais preocupações consiste em zelar pela Igreja da Rainha Santa Isabel e espaços adjacentes que lhe pertencem e promover o culto à Rainha Santa Isabel.
A manutenção dos espaços e o culto à Rainha Santa dependem exclusivamente dos donativos dos fiéis, devotos de Santa Isabel. Todavia, ultimamente os encargos e despesas são cada vez maiores, enquanto as receitas e donativos têm diminuído drasticamente. A fim de podermos acudir às necessidades mais prementes de manutenção dos edifícios e de promoção do culto à nossa excelsa padroeira, apelamos a todos os devotos que, na medida das suas posses, nos ajudem a suportar as despesas.
A Confraria da Rainha Santa Isabel aceita donativos de particulares e de empresas – ao abrigo da lei do mecenato. A todos os benfeitores passaremos o comprovativo necessário para o IRS. Os donativos podem ser depositados nas caixas de esmola da Igreja da Rainha Santa Isabel, em envelope fechado, com indicação do nome, morada e número de contribuinte. Em alternativa, poderão fazer transferência directa para a conta em nome da Confraria da Rainha Santa Isabel no Montepio Geral:
NIB: 0036.0033.99100687871.81
IBAN: PT50 0036 0033 9910 0687 8718 1
BIC/SWIFT: MPIOPTPL
Enviem-nos cópia do talão de transferência, com a sua identificação, morada, número de contribuinte e nós lhe remeteremos imediatamente o comprovativo para o IRS.
Bem hajam pela vossa ajuda e que a Rainha Santa vos proteja.
Os fornecedores da Confraria da Rainha Santa que quiserem ter o estatuto de “Fornecedores Oficiais” deverão contactar a Mesa da Confraria, para conhecerem as condições em que o podem fazer.
A contrapartida da Confraria consiste na entrega de dois autocolantes, que os fornecedores poderão colar nos seus estabelecimentos, e um diploma a atestar o referido estatuto.
No Recordatório da nossa igreja, dispõe de uma vasta gama de artigos religiosos e livros relacionados com a Rainha Santa Isabel.
Inspirada na vida e obra da sua padroeira, a Confraria não podia ficar indiferente às necessidades dos mais pobres. Logo no primeiro compromisso de 1560 se estabelecia que o remanescente das esmolas destinadas ao culto fosse aplicado na assistência aos irmãos mais carenciados, a quem deviam assistir na doença e na morte. O compromisso vigente, aprovado ainda sob a presidência do Doutor Vasconcelos, inscreve, entre os objectivos da Confraria, o exercício “da caridade, a exemplo da sua santa Padroeira, subsidiando as Instituições de beneficência e Obras de socorros a pobres, doentes e necessitados, existentes em Coimbra e subúrbio, quer tenham o carácter de assistência, quer de educação e ensino”. E a este objectivo a Confraria consagrava não menos de metade de todas as receitas.
São muitas as instituições que foram e têm sido apoiadas pela Confraria da Rainha Santa Isabel beneficiando dos seus donativos, começando actualmente pela paróquia de Santa Clara, a cuja acção sócio-caritativa a Confraria cede todos os ofertórios dos terceiros Domingos.
Nesse sentido também se têm empenhado as irmãs zeladoras da Confraria da Rainha Santa Isabel para, no dia 3 de Julho, distribuírem alimentos às famílias mais carenciadas. Todos os anos cerca de três a quatro centenas de famílias indicadas pelas Conferências Vicentinas têm beneficiado dessa ajuda.
A jóia da coroa desta acção social é a Casa de Formação Cristã, fundada em 1930 pelo então presidente da Confraria da Rainha Santa Isabel, o Doutor Vasconcelos, com a designação de “Refúgio da Rainha Santa”. Actualmente, esta instituição, criada à sombra da Confraria da Rainha Santa Isabel, elege como objectivo principal a educação de adolescentes do sexo feminino com desvios comportamentais, perturbações emocionais ou com dificuldades de adaptação social devidas a situações de carência.
A Real Ordem de Santa Isabel, também conhecida por Ordem da Rainha Santa Isabel ou Ordem da Rainha Santa, é uma das três Ordens Dinásticas da Casa Real Portuguesa e tem como Santa Padroeira a Rainha Isabel de Aragão.
Instituída em nome da Rainha D. Maria I, a 4 de Novembro de 1801, pelo Príncipe Regente D. João (futuro Rei Dom João VI), a Ordem teve como primeira Grã-Mestra a Princesa D. Carlota Joaquina (futura Rainha Consorte) que atribuiu a condecoração numerosas senhoras Portuguesas, Espanholas e Brasileiras entre 1801 e 1830.
Tratando-se da primeira Ordem Portuguesa exclusivamente feminina, o seu objectivo era distinguir Senhoras Católicas, num número limitado de vinte e seis Damas por serviços à Coroa e a obras de Beneficência ou de Solidariedade Social no espírito da Rainha Santa.
Sendo uma Ordem Dinástica da Casa de Bragança e não uma Ordem de Estado, depois de 1910 continuou a ser conferida pelo último Rei de Portugal Dom Manuel II, no exílio, que a conferiu à sua esposa a Rainha D. Augusta Vitória que, a partir de então, passou a partilhar a Grã-Mestria com sua sogra a Rainha Mãe, D. Amélia. Ambas usavam a insígnia de Grã-Mestra mas raramente conferiam a Ordem.
A Ordem foi conferida pela Rainha Dona Amélia à Princesa Dona Maria Francisca de Orleans e Bragança sua sobrinha, aquando do seu casamento com o Chefe da Casa Real. A mesma passou a ser partilhada pelas Infantas.
Após algumas décadas de inactividade, a Ordem de Santa Isabel passou a ser novamente conferida, a título honorífico, a partir de meados da década de 1980, pelo actual Chefe da Casa Real Portuguesa Dom Duarte Pio, a algumas senhoras, Portuguesas e estrangeiras, que se distinguiram com serviços em prol das comunidades luso-norte-americanas. Algumas das agraciadas, eram luso-americanas, descendentes das fundadoras da Sociedade Portuguesa da Rainha Santa Isabel uma Confraria fundada em Oakland, na Califórnia por D. Rosa Oliveira que ofereceu, no princípio do Século XX, o magnífico vitral representando a Rainha Santa que pode ser admirado na Igreja da Rainha Santa, onde hoje a Ordem tem a sua Sede Canónica.
Depois do casamento com Sua Alteza Real o Duque de Bragança, a 13 de Maio de 1995, a Duquesa de Bragança Dona Isabel, tornou-se 9º Grã-Mestra da Ordem e desde então muito se tem esforçado por restaurar o carácter religioso devocional e sociocaritativo da mesma.
A Missa celebrada anualmente no dia da Festa de Santa Isabel, na parte da tarde do dia 4 de Julho, é muitas vezes presidida pelo Bispo de Coimbra, em cuja Diocese a Ordem tem a sua sede.
A insígnia da ordem é composta de uma banda cor-de-rosa com lista branca ao centro e um medalhão decorado com uma moldura de rosas em ouro, encimada com a Coroa Real e tendo ao centro em notável trabalho de esmalte, a figura de Santa Isabel de Portugal dando esmola a um pobre (em memória perpétua do celebre Milagre da Rainha Santa), sobrepujando a legenda latina Pauperum Solatio.
Invocação à Rainha Santa Coro – Rainha Santa de Portugal Deus Senhor |
Restabelecida a independência em Portugal, Dom João IV, em 12 de Dezembro de 1640, iria patrocinar a construção de um novo mosteiro para acolher as religiosas Clarissas, fiéis depositárias dos despojos sagrados da Rainha Santa Isabel. Com este compromisso polÃtico-devocional procurava enaltecer a casa da sua veneranda antepassada, responsável pela reedificação do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em 1314, e afirmar o prestÃgio e o poder da nova dinastia dos Bragança.
Encarregou por isso o Reitor da Universidade, Dom Manuel de Saldanha, de lançar a primeira pedra do novo Convento de Santa Clara no Monte de Nossa Senhora da Esperança, acontecimento que viria a ocorrer em 3 de Julho de 1649. Com o agravamento das condições de habitabilidade no mosteiro primitivo, a 29 de Outubro de 1677, a nova construção, inacabada, recebia as religiosas e as relÃquias de Santa Isabel, transportadas em solene procissão por alguns prelados portugueses.
O ano de 1696 assinala duas importantes datas: a 26 de Junho, realizou-se a sagração da igreja, dedicada a Santa Isabel de Portugal, e, a 3 de Julho, procedeu-se à trasladação do cadáver, incorrupto, da Rainha Santa, para a tribuna do altar-mor. Contudo, as obras só seriam finalizadas nos finais do século XVIII, com a conclusão do claustro, da portaria e do aqueduto.
Continuando as obras ao longo de Setecentos, o século XIX revelar-se-ia como um perÃodo negro para as Clarissas, primeiro com a ameaça das tropas napoleónicas, instaladas no mosteiro, depois com o nefasto decreto de Maio de 1834, que suprimia em Portugal as Ordens Religiosas.
Com a morte da última freira, em 1886, o complexo monástico foi entregue à Confraria da Rainha Santa Isabel, responsável pela continuidade do culto da sua padroeira, e à Congregação de São José de Cluny, para a instituição de um colégio missionário.
No ano em que a igreja, o claustro e o túmulo de prata da Rainha Santa eram classificados como Monumento Nacional, em 1910, foi proclamada a República, que instalaria nas restantes dependências alguns serviços afectos ao Ministério da Guerra.
Considerada como uma das casas religiosas mais prestigiada do paÃs, a comunidade de Clarissas, de Coimbra, foi reunindo ao longo dos séculos um importante espólio artÃstico que testemunha a profunda devoção dos nobres e dos pobres pela Rainha Santa Isabel.
Contrastando com a austeridade e sobriedade das áreas monásticas reservadas às freiras, traçadas por Frei João Turriano, irrompe a exuberância decorativa expressa na igreja, ponto de ligação entre a hospedaria, a Sul, e a portaria e os dormitórios, a Norte.
A fachada principal da igreja distingue, através da utilização de pilastras adossadas, as áreas cultuais públicas das privadas, cujo acesso é feito a partir de um portal enobrecido pelo brasão de armas de Portugal, sustentado por dois anjos custódios.
A igreja, traçada inicialmente por Frei João Turriano e depois por Mateus do Couto, apresenta um plano longitudinal, de nave única, e dotada de uma capela-mor elevada em relação ao piso, ambas cobertas por abóbada de caixotões.
Revelando a continuidade dos modelos nacionais o interior da igreja foi ornamentada por múltiplas estruturas de talha dourada e policromada, onde se destacam os catorze retábulos, esboçados por Mateus de Couto nos finais do século XVII. Todavia, a obra de maior valor artÃstico existente é o túmulo-relicário, onde, em 1677, foram colocadas as relÃquias da Rainha Santa Isabel. Patrocinado pelo Bispo de Coimbra, Dom Afonso Castelo Branco, o sarcófago foi executado
pelos ourives lisboetas Domingos e Miguel Vieira, de acordo os modelos da arquitectura maneirista.
No campo da pintura, destaca-se o interessante conjunto da capela-mor, composto por várias telas, setecentistas, atribuÃdas ao
pintor italiano Vincenzo Bacherelli, onde ganham maior significado alguns episódios da vida da Rainha Santa, de São Francisco e de Santa Clara, aos quais subjazem as representações dos quatro Evangelistas.
Dependência anteriormente reservada à comunidade enclausurada, o coro baixo guarda hoje, além de algumas relÃquias, o primitivo túmulo da Rainha Santa realizado por Mestre Pêro, entre 1327 e 1330. Executado num volumoso bloco de calcário, o sarcófago apresenta um riquÃssimo programa iconográfico, destacando-se a estátua jacente da Santa Rainha, de hábito de religiosa, ostentando atributos que realçam a sua dimensão de peregrina e a ligação à s Casas Reais de Portugal e de Aragão.
No coro alto encontra-se um raro cadeiral, muitas alfaias litúrgicas e cultuais, entre as quais o bordão, incrustado num receptáculo de prata, oferecido pelo Arcebispo de Santiago de Compostela à Santa Isabel aquando da sua última peregrinação.
A poente da igreja ergue-se um dos maiores claustros do paÃs, de plano quadrangular com duplo piso, que melhor reflecte a longa campanha de obras efectuada no monumento. Com ligação à s principais dependências conventuais, o claustro revela uma organização espacial que reflecte as disposições da arquitectura maneirista, enquanto as formas compositivas deixam perceber a influência dos modelos barrocos, segundo a linguagem dos vários arquitectos envolvidos: Manuel do Couto, Custódio Vieira e Carlos Mardel.
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Ao mosteiro de Santa Clara-a-Velha de Coimbra anda associada uma inestimável memória histórica construída em larga medida pelo carisma da sua fundadora, a rainha Santa Isabel, e pelas marcas que nele deixou quando o escolheu para cenário dos seus últimos anos de vida e lhe legou os seus restos mortais.
Silenciando o grave diferendo, que a primeira fundação deste mosteiro, devida a D. Mor Dias, havia provocado, a rainha Isabel obteve do Papa Clemente V, a 10 de Abril de 1314, a necessária autorização para fundar um cenóbio da Ordem de Santa Clara, em Coimbra. A morar nesta cidade, desde a morte do marido, ocorrida em 1325, a rainha Santa pôde acompanhar activamente os trabalhos de edificação do mosteiro, bem como do paço, que mandou fazer para sua residência, nas imediações deste, e do hospício para trinta idosos, com capela anexa, localizado, igualmente, nas suas proximidades. A construção do novo mosteiro de Santa Clara de Coimbra, cuja igreja, dedicada a Santa Clara e Santa Isabel da Hungria, foi sagrada, pelo bispo de Coimbra, D. Raimundo, a 8 de Julho de 1330, pôde assim contar com o alto patrocínio, mas também com o empenhamento pessoal da fundadora.
A igreja monástica, atribuída ao arquitecto régio Domingos Domingues, é detentora de uma singularidade tipológica que a afasta, tanto em planta, quanto em alçado e em sistema de cobertura, das mais características igrejas construídas, entre nós, pelos mendicantes. Distinguem-se, igualmente, das restantes igrejas góticas suas contemporâneas, pela ausência de transepto, a elevação das três naves quase à mesma altura e abobadamento integral. A originalidade desta complexa igreja encontra explicação no patrocínio e interesse da sua régia fundadora, que a quis converter na sua necrópole, fazendo, para isso, nela colocar o seu monumental sepulcro pétreo com estátua jacente e decoração em todas as faces.
Nas imediações do mosteiro, situado na periferia da cidade de então, começou a esboçar-se um novo burgo denominado dos paços da rainha ou de Santa Clara, constituído pelos que vieram trabalhar nas obras ou lá acorriam a demandar trabalho e por todos quantos aí convergiam atraídos pela fama de generosidade da rainha.
A história do mosteiro de Santa Clara de Coimbra ficou marcada de forma permanente, a partir do ano seguinte ao da sagração, pela invasão das águas das cheias do Mondego. Esta circunstância obrigou a uma incessante e secular luta contra as condições adversas do sítio em que havia sido implantado. O assoreamento do leito do rio fez com que, no século XV, não só cheias excepcionais, mas qualquer uma, incomodasse os conventos localizados na vizinhança deste rio e, no decurso do século XVII, os edifícios do mosteiro de Santa Clara tiveram também de se adaptar às condições criadas por esta perniciosa situação, através do lançamento de um piso a meia altura da igreja. No entanto, a situação no mosteiro tornou-se de tal modo insustentável que, em 1647, o rei D. João IV ordenou a construção de um novo mosteiro para onde as religiosas clarissas se transferiram, em 1677. O primitivo mosteiro, que passou, a partir de então, a ser designado de Santa Clara-a-Velha, entrou num progressivo processo de destruição e abandono, tendo no século XVIII, a Câmara de Coimbra deliberado que, por razões de saúde pública, fosse demolido o remanescente das construções monásticas arruinadas. A igreja que pela sua solidez havia resistido às investidas arrasadoras das cheias, voltou a aguentar as medidas de demolição decretadas pela autarquia. No entanto, no século XIX, após a extinção das ordens religiosas, foi adquirida por particulares, profanada e utilizada para fins tão diversos, como habitação, celeiro e até curral. Somente em 1910, já meia enterrada nas areias do Mondego, a igreja de Santa Clara viu ser-lhe atribuída a classificação de Monumento Nacional, mas apenas nas décadas de trinta e quarenta sofreu trabalhos de restauro, a cabo da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN). Tratou-se de uma intervenção de vulto na parte superior do edifício da igreja, uma vez que a parte inferior continuava enterrada, que lhe conferiu o aspecto que manteve até à década de noventa desse século.
A partir de 1992, encontra-se em curso uma profunda intervenção, a cargo do IPPAR, que já resgatou a parte inferior da igreja e o remanescente do claustro, que irão ser restituídos a visitantes em “ambiente seco”, visto ter sido essa a opção tomada para preservar este monumento, que obrigou à construção de uma Cortina de Contenção Periférica. A extracção dos sedimentos acumulados no interior da igreja permitiu obter um conhecimento mais aprofundado da sua arquitectura, avaliar o modo como a foram adaptando às condições desfavoráveis so sítio e recolher um espólio, não só numeroso como muito variado. Porém, a grande novidade desta intervenção residiu na exumação do claustro, uma vez que se tratava de um “monumento desaparecido” e escassamente documentado. Após a profunda intervenção patrimonial a que está a ser submetido e depois de concluídos os estudos e investigações em diversas áreas do saber, que sobre ele têm, também, vindo a ser empreendidos, espera-se que um conhecimento mais alargado sobre o mosteiro de Santa Clara-a-Velha de Coimbra e a sua fundadora possa vir a ser divulgado junto de um vasto público.
Francisco Pato de Macedo
Confraria da Rainha Santa Isabel
Morada: Igreja da Rainha Santa Isabel
Alto de Stª Clara s/nº
P-3040-270 Coimbra
Telefone: +351 239 441 674
Coordenadas GPS:
(DMS) +40º 12′ 13.6692”, -08º 26′ 9.3006”
(DDD) 40.20379, -8.43591
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